Após décadas de espera, o Anel Rodoviário de Belo Horizonte agora é responsabilidade da Prefeitura. A gestão, antes sob o comando do governo federal, foi transferida para o município em junho de 2025, por meio de um acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A expectativa é de que, com a nova administração, melhorias na sinalização, fluidez e segurança sejam realizadas com mais agilidade.
Em entrevista coletiva, o prefeito Álvaro Damião celebrou a conclusão da transferência. "É a volta de um filho para os cuidados dos próprios pais. A partir de agora, as obras serão feitas com mais agilidade, desde as grandes intervenções até as medidas emergenciais. Se a gente pode resolver, aqui do nosso lado, fica mais fácil", comentou.
Dos 26,2 quilômetros totais do Anel, a PBH será responsável, inicialmente, pelo trecho de 22,4 km, que vai do bairro Olhos d'Água até o São Gabriel. A parte restante, ligada diretamente à BR-381, continua sob controle do governo federal. Com o acordo, a Prefeitura poderá executar obras e serviços diretamente, sem depender de autorizações de Brasília, o que deve acelerar intervenções aguardadas há anos pela população.
Estão previstos investimentos de aproximadamente R$110 milhões, provenientes do governo federal e da própria Prefeitura. Entre as primeiras ações estão a instalação de novos radares de velocidade, melhorias na sinalização, recapeamento do asfalto, construção de alças de acesso e ampliação de viadutos. A Prefeitura também pretende implantar pontos de apoio com guinchos, a fim de agilizar a remoção de veículos em caso de panes ou acidentes.
Para Luiz Antônio Athayde, presidente do Conselho de Infraestrutura da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), a municipalização do Anel Rodoviário deve integrar um projeto amplo, voltado para o futuro. “Estamos diante de uma excelente oportunidade. Além das obras necessárias, é fundamental que o novo projeto do Anel Rodoviário esteja alinhado com o futuro da cidade e da região metropolitana. Com a municipalização ele poderá, enfim, assumir seu verdadeiro papel: o de principal via urbana de Belo Horizonte. É essencial incluir medidas sustentáveis, a integração com o metrô e com o futuro Rodoanel, além do aproveitamento de áreas estratégicas, como o terreno do antigo Aeroporto Carlos Prates.”