• 06 DE OUTUBRO DE 2025

Inteligência Artificial na Educação

Inteligência Artificial na Educação
Foto: freepik.com

A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas um tema da ficção científica para se tornar parte do cotidiano em diferentes setores da sociedade. Na educação, em especial, essa tecnologia vem ocupando cada vez mais espaço no dia a dia de professores e estudantes, tornando-se objeto de estudos sobre os impactos da sua transformação.

Desafios

De acordo com a pesquisa TIC Educação 2024, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), sete em cada dez alunos do ensino médio com acesso à internet já utilizam alguma ferramenta de IA para realizar pesquisas escolares. O número impressiona pela velocidade com que a tecnologia se incorporou à vida estudantil. No entanto, outro dado acende um sinal de alerta: apenas 32% dos entrevistados afirmaram ter recebido alguma orientação da escola sobre como usar esses recursos de forma ética e responsável.

Para o professor Eucidio Pimenta Arruda, doutor e pesquisador da UFMG na área de IA e Educação, a questão é clara: sem acompanhamento, os jovens podem transformar a IA em um atalho que enfraquece habilidades fundamentais, como o senso crítico e a criatividade. "O controle do uso da IA precisa estar nas mãos dos educadores. Não é possível adotar aplicações que substituam a ação humana, pois a aprendizagem escolar consiste também no desenvolvimento de uma série de habilidades humanas importantes para a vida social”, afirma.

Oportunidades

Apesar do alerta, Arruda acredita no potencial da IA como parceira da educação, desde que utilizada da forma correta. “É possível fazer com que essa tecnologia beneficie a escola, principalmente em atividades que hoje sobrecarregam os professores”, destaca.

Entre as possibilidades, o pesquisador aponta o uso da IA para identificar estudantes com dificuldades de aprendizagem a partir de análises de desempenho. Outro exemplo dado pelo especialista é a criação de tutores virtuais para auxiliar nas atividades de casa. Ainda assim, ele reforça: “Não se trata de substituir o professor, mas de oferecer apoio pedagógico”.

A adaptação, segundo Arruda, passa por abandonar preconceitos e enxergar a IA como aliada. “Os educadores devem experimentar constantemente a tecnologia e compreender como ela pode apoiar as atividades. Não acredito que uma única IA resolva os desafios da educação de milhões de estudantes. A personalização do ensino é construída pelo professor, o que exige soluções sob medida para cada contexto escolar”, conclui.


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